sábado, 31 de outubro de 2015

"A PROCURA DE UM NINHO"

Alexandre Alfaix de Assis lançou livro contando o passado e o histórico de sua família


LIVRO-BIOGRAFIA DIVERTE CONTANDO A SAGA DOS IMIGRANTES LIBANESES, JAJAH E ALFAIX, E SEUS 13 FILHOS EM TERRAS BRASILEIRAS E NO "NINHO" DE JATAÍ 


    O primeiro dos 13 filhos, ainda do primeiro casamento da mãe com João Jajah, o primogênito Mansur Jajah, nascido em 1904, casou e se mudou para a fazenda. Assim o ninho começava a se esvaziar. Quase em 1950, aos quarenta e tantos anos, Mansur, pacato cidadão, faleceu de agravamento de saúde, pois havia sido baleado e ficado paralítico após confronto com um vizinho pecuarista.

    O segundo filho, Gabriel Jajah, nascido em 1908 e que foi um dos primeiros caminhoneiros do interior goiano, também casou e se mudou. Veio a falecer de acidente quando tentava ajudar um amigo atolado em 1947 aos 39 anos.

    A terceira filha, Latiffe Jajah, nascida em 1909, foi outra que também casou e se mudou. Muito prestativa, não podia ter filhos e acabou "ganhando" a criação de dois irmãos mais novos. Depois, Latiffe mudou-se para Uberlândia (MG), mas acabou voltando para ficar com a mãe em Jataí. Faleceu em 1989 aos 80 anos.

    A quarta filha, Maria Jajah, nascida em 1914, para não fugir a regra, casou e mudou-se, indo, inicialmente, para São Sebastião do Paraíso (MG) e depois estabelecendo-se na capital de São Paulo. Também muito prestativa, faleceu de problemas cardíacos em 1987, aos 73 anos (o detalhe é que o pai deles, João Jajah, havia falecido de tifo em 1917).

     O quinto filho, Éximo Alfaix (de apelido Belé devido a seu vistoso carro bell air), nasceu em 1919 e foi o primeiro do segundo casamento da mãe. Casou-se, aprendeu marcenaria, se mudou e virou empresário de funerária (Funerária Alfaix em Jataí). Inteligente, musical e prestativo, Éximo também morreu de problemas cardíacos em 11 de novembro de 1991, aos 73 anos.

     A sexta filha, Sydrônia Alfaix, nascida em 1920, sofreu paralisia infantil e não podia ir embora de casa. Foi muito persistente e lutadora durante toda sua longa vida tendo falecida em 2010 com 90 anos.

   O sétimo filho, Magide Alfaix, nascido em 1922, era um menino muito arteiro e custoso. Foi mandado embora de casa pelo pai aos 18 anos e depois voltou. Dez anos depois, em 1950, teve de ir embora de novo, dessa vez fugido depois de atirar contra o pecuarista que casou a morte do irmão Mansur. Sendo Magide o mais ilustre e atuante dos irmãos (atuou como garimpeiro de diamante, poeta, barão, espião do regime militar e funcionário público), foi encontrado morto sozinho em sua casa em Goiânia no ano 1995 quando estava doente e tinha 73 anos (morte anunciada).

   A oitava filha, Helena Alfaix, nascida em 1924, casou e saiu de casa tornando-se esposa de farmacêutico em Jataí (antiga Farmácia Drogassis situada na Av. Brasil esquina com Rua Dep. Costa Lima onde atualmente é a Drogaria Leal). Depois, mudaram-se para Goiânia onde vive até hoje aos 91 anos.

     A nona filha, Anita Alfaix, nascida em 1926, também casou e saiu de casa tornando-se dona do lar e professora. Depois, mudou-se para Goiânia e manteve a vida de batalhadora e bem humorada. Faleceu de problemas cardíacos em 2013 aos 87 anos.

    O décimo filho, Anísio Alfaix, nascido em 1928, viveu pouco. Aos 13 anos foi "dado" à própria irmã Latiffe Jajah para ser criado como se fosse seu filho já que a mesma não teve bebês (era uma forma de compensação de seus pais). Pouco tempo depois, aos 18 anos, morreu afogado quando fazia exercício militar nas águas do Rio Claro em Jataí.

    A décima primeira filha, Olga Alfaix, nascida em 1930, também foi "dada", aos 10 anos, junto com Anísio, para a irmã Latiffe criar. Depois que Anísio morreu, mudaram-se para Uberlândia e ela cresceu, casou-se e teve filhos. Veio a falecer de câncer de mama em 1971 aos 41 anos.

   O décimo segundo filho, José Alfaix, nascido em 1931, sempre teve veia humorística e, por isso, representou a alegria e a risadaria da casa. Saiu várias vezes para tentar rumo na vida, mas sempre voltava. Atualmente, aos 84 anos, é funcionário público em Aparecida de Goiânia.

   A décima terceira e caçula, Dallel Alfaix (chamada de Deli), nascida em 1935, foi uma moça avançada para a década, entre 1945 a 1955, sendo professorinha muito jovem e festeira. Casou, mudou-se para Goiânia e depois voltou para cuidar da mãe viúva pela segunda vez e da irmã com paralisia infantil.

    Esse é o breve histórico dos herdeiros dos imigrantes chamados carinhosamente de "turquinhos", América Jajah (1892-1968) e Alexandre Gabriel Alfaix (1866-1941), sendo ela, até então, uma jovem viúva de 24 anos e com quatro filhos para criar e ele um recém-chegado mascate de 52 anos. Ela na tristeza e desolação e ele querendo se estabelecer em Jataí, acabaram unidos por um capricho do destino em 1918 produzindo muitos outros descendentes que exerceram bastante influência na sociedade.

    Para contar tudo isso, um importante e valioso livro biografia familiar foi lançado neste dia 31 de outubro de 2015 por um de seus netos, Alexandre Alfaix de Assis (filho da Helena), com coquetel especial no mesmo local onde toda a família de antepassados foi criada que é o Casarão onde funciona, hoje, o Museu de Arte Contemporânea Alexandre Gabriel Alfaix, o MAC de Jataí (Rua Castro Alves esquina com Zeca Lopes). No livro também está escrito a célebre frase que marcou os patriarcas pombinhos: "Almas libanesas que vieram ao Brasil como aves do bem à procura de um ninho".


LIVRO: "A PROCURA DE UM NINHO"


    O livro biografia familiar, "A Procura de Um Ninho", lançado em Jataí, dia 31 de outubro de 2015, um sábado a noite, em coquetel histórico no Museu de Arte Contemporânea-MAC, possui 178 páginas internas em papel sulfite com capas em papel cartão de laminação fosca e verniz UV. Seu formato é 20,5 x 14,5cm (fechado). A capa principal estampa a foto do casal América Jajah e Alexandre Gabriel Alfaix em pose clássica na década de 1930 com o título (A Procura de um Ninho) escrito em português mas com estilo das fontes em árabe. Já a contra-capa estampa o brasão da família Alfaix criado pelo tio Magide na década de 1980 e o prólogo. As dobras das capas trazem o histórico do autor, Alexandre Alfaix de Assis. A edição é da Alfa Editora & Serviços Gráficos e a impressão da capa e acabamentos são da Kelps Editora, ambas de Goiânia. A apresentação ao leitor é do sobrinho, Arthur Oliveira Alfaix de Assis e a introdução traz nota explicativa e agradecimentos. O livro também traz um sumário para guiar o leitor aos assuntos e no início da leitura é contada a saga das famílias Alfaix e Jajah desde o final do Século 19. Em seguida, os textos abordam as origens do Líbano apontando razões para a imigração dos árabes ao Novo Mundo e porque o sírios-libaneses, comerciantes por natureza, se deram tão bem no Brasil. Em suas páginas internas, além do farto texto, estão inúmeras fotos de todos os antigos irmãos e recortes de reportagens de época, além de documentos comprobatórios de alguns dos fatos. Um apêndice com frases e expressões antigas marca o encerramento do livro. A revisão ficou a cargo do sobrinho Arthur Oliveira Alfaix Assis, da filha Danielle Ferreira de Assis, do irmão Eduardo Augusto Alfaix Assis e de Sandra Rosa. O preço foi oferecido a R$ 35,00.


O AUTOR: ALEXANDRE ALFAIX DE ASSIS


   Alexandre Alfaix de Assis nasceu em Jataí (GO) em 13 de setembro de 1963. Filho de José Cassiano de Assis, o Juca da Farmácia (Drogassis) e Helena Alfaix de Assis, é um dos netos de Alexandre Gabriel Alfaix e de América Jajah Alfaix. É graduado em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás-UFG na turma concluinte de 1986. Nesse mesmo ano, fundou a Contato Comunicação, agência pioneira na prestação de serviços jornalísticos em Goiás e, a partir de 1988, passou a exercer a profissão de jornalista da Assessoria de Comunicação da UFG-ASCOM lotado no Tribunal de Contas do Estado de Goiás-TCE-GO. No ano de 1991 se desligou da Contato para fundar a Alfa Jornalismo e Comunicação. Depois a empresa foi alterada para Alfa Editora e Serviços Gráficos. Nessas empresas próprias lançou publicações de entidades classistas e empresariais, além de outras de iniciativa própria. No ano 2000, Alexandre Alfaix lançou o livro de humor "Como Vencer na Vida Puxando o Saco" e, posteriormente, atuou como colaborador no guia-livreto "Árvore Genealógica da Família Alfaix" (obra post mortem de Magide Alfaix) e no livro "Goiás, Extremo Sudoeste III - Os Precursores do Cerrado no Limiar do III Milênio" (de Lita Chastan). O autor teve contos publicados no livro: "Tribunal de Contos - Coletânea de Autores do TCE-GO" e, em 2006, aprofundou nos estudos tendo concluído o curso de especialização em Assessoria de Comunicação na UFG. Ele é vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás.